Bons hábitos alimentares pode começar ainda na
infância. É isso que propõe a nutricionista e escritora Claudia Lobo, no livro “Comida
de criança - Ajude seu filho a se alimentar bem sempre”, da MG Editores
(248 p., R$ 69,90). A obra apresenta 50 receitas nutritivas, ricamente
ilustradas, para ajudar pais e responsáveis a levar à mesa alternativas
práticas, econômicas, nutritivas e muito saborosas de refeições para as
crianças e, consequentemente, para toda a família.
Uma forma de começar a mudança dos hábitos
alimentares já no início do ano é aprender a preparar uma lancheira saudável.
Para ser prática, rápida, eficiente, gostosa e saudável, ela não precisa conter
uma refeição completa, isso se faz em casa, no café da manhã, almoço e jantar.
“Essas são as refeições principais e devem ser caprichadas; os lanches são
simples complementos, embora também precisem ser saudáveis”, afirma Claudia
Lobo.
Uma lancheira exagerada e calórica, segundo
Claudia, faz com que a criança perca o apetite nas refeições principais. “Mas
também pode acontecer o contrário. A criança come todo o big lanche que a mãe
mandou e depois ainda almoça com a mesma disposição. O sobrepeso e a obesidade
começam ai. Lanche é para “forrar o estômago” e não para encher a barriga e se
fartar”, avisa.
No livro, a autora também explica que quem prepara
a lista de compras precisa se convencer de que o cardápio ideal requer
dedicação além da observação do prazo de validade dos alimentos. Começando por
pequenos truques como convidar a criança para ajudar na elaboração do prato, as
mudanças podem ser mais radicais, principalmente na hora da compra, quando se
dever estar atento para evitar “pegadinhas” das promoções e da praticidade
disfarçando os industrializados.
Alimentos semiprontos são os vilões do cardápio
doméstico pelo excesso de sal, açúcar e gorduras e estão, cada vez mais,
integrando as listas de compras dos brasileiros. Porém, resistir a eles pode
representar tranquilidade no futuro. Cláudia começa o livro com uma afirmação
incômoda para as mães, mas totalmente verdadeira: “você é responsável pela
qualidade e pela quantidade de comida que seu filho come”.
Quando criança, a própria autora sempre teve suas
vontades atendidas, só comia o que desejava. Bem intencionada e solícita, a mãe
nunca imaginou que pudesse estar contribuindo para um quadro grave de
obesidade. “Conto a minha história para ilustrar como é comum esse
comportamento nas famílias. E, principalmente, para mostrar como isso acontece
por falta de conhecimento”, afirma a nutricionista, que é mãe de dois filhos.
Dividida em cinco partes, a obra aborda os principais
problemas do consumo de alimentos processados, explica a importância do consumo
regular de proteínas, carboidratos, fibras e outros nutrientes, revela os
benefícios do consumo de comida saudável e, principalmente, mostra como montar
um cardápio equilibrado e tornar as refeições mais atraentes para as crianças.
Lancheira saudável
De acordo com a autora, alguns alimentos saciam a
fome menos que outros. A criança come, mas logo está com fome outra vez e antes
da hora. Para evitar esses “picos de glicose” (que é o que desencadeia essa
fome inoportuna), é importante sempre combinar um carboidrato (pão, bolo ou
mesmo frutas) com alguma proteína (queijo, iogurte, ovo cozido, castanhas,
nozes).
Pensar com certa antecedência o que mandará de
lanche para a criança durante a semana é fundamental. “A correria e a indecisão
vão fazer com que a mãe sempre opte pelo
‘vou-colocar-qualquer-coisa-na-lancheira-pro-meu-filho-não-ter-fome’. O
problema é que quase sempre esse qualquer coisa não é nada saudável”, afirma a
nutricionista.
Segundo Claudia, a principal recomendação é evitar
produtos industrializados como, bolachas de todos os tipos, salgadinhos de
todas as marcas e tipos, iogurtes incrementados, requeijão, embutidos
(presunto, peito de peru, salaminho, mortadela), doces, balas, chocolates,
bolos prontos, refrigerantes, sucos de caixinha (mesmo os de soja), sucos em pó
ou engarrafados, achocolatados (todos), cereais matinais (tipo sucrilhos) etc.
Prefira frutas, água, água de coco natural (não
industrializada), queijos brancos e frescos, quando muito fatias finas de
muçarela, iogurtes “normais” (geralmente os para público adulto), iogurte
natural (pode mandar uma fruta doce para misturar ou um pouco de mel ou até
doce de leite ou geleia caseira), pães (de preferências os ricos em fibras –
com ou sem grãos ou sementes), bolos caseiros, ovos cozidos, castanhas, nozes,
palitos de legumes, cupcake caseiro, cookies e biscoitos caseiros, geleia
caseira, nutella caseira, patês de ricota, carnes frias (tipo carne louca,
rosbife de lagarto), carpaccio de frutas, queijo petit suisse caseiro, tomates
cereja ou sweet grape, empadinhas, esfirrinhas caseiras (tipo coquetel), tortas
salgadas caseiras etc. Use a imaginação!
Para não ficar muito diferente das outras crianças,
mande um doce uma vez por semana (junto, não no lugar do lanche). Veja algumas
abaixo algumas dicas do que vc. pode preparar diariamente:
- sanduíche de queijo branco + uvas sem sementes + água
- bolo caseiro simples + leite fermentado (tipo Yakult) + água
- espetinhos de ovos de codorna e tomates sweet grape (ou cereja) + água
- tapioca de queijo com banana+ água
- cookie de aveia caseiro + iogurte+ água
- iogurte + mamão picado+ água
Fonte:
Summus Editorial / Adaptação
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