A Cáritas do Rio Grande do Sul, alinhada
com a rede Cáritas nacional e internacional, realizou, na terça-feira
(10), o lançamento da campanha mundial contra fome e a pobreza, que no
Brasil se chama Uma família humana, pão e justiça para todas as
pessoas. O evento, em forma de roda de debate sobre a temática, ocorreu
em Porto Alegre (RS) e teve a participação de representantes das
entidades parceiras do trabalho da Cáritas-RS.
Participaram
do lançamento e roda de debate, o advogado e jurista Jacques Afonsim e a
conselheira do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
do Rio Grande do Sul (Consea-RS), Regina Miranda.
Segundo
Regina, a fome é o patamar limite da violação dos direitos humanos.
Ela reflete o modelo de sociedade em que vivemos. A maior arma de
dominação do povo é a fome e a miséria. E a fome, segundo estudos
recentes, tem o rosto feminino, ou seja, são as mulheres que passam mais
fome no mundo. Ela também acontece mais na raça negra que na branca. É
maior entre as crianças, também maior no campo que na cidade e afeta
principalmente os idosos. Ou seja, quem está fora do sistema produtivo
capitalista, passa fome, afirmou.
Para o
representante do Conselho Indigenista, Roberto Liebgott, a Cáritas foi
ousada em trazer esse debate novamente para a Igreja e para a sociedade.
Fazia algum tempo que esse assunto não fazia parte da agenda de
discussões e o que se mostrava, inclusive pelo governo é que a fome e a
pobreza não existiam mais. Segundo ele, o desafio que permanece agora é
ir ao encontro de quem tem fome e não só a fome de alimentos e sim de
direitos e vida digna.
A campanha faz
parte de uma mobilização mundial da Caritas Internationalis, que
articulou as 164 organizações membro para esse grande movimento em favor
da vida, dos direitos humanos e da justiça social.
A
Cáritas e a CNBB pretendem com a campanha, que vai até 2015,
sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a realidade da fome, da
miséria e das desigualdades no mundo e no Brasil. A alimentação adequada
e de qualidade é um direito humano e por isso deve ser garantido a
todos os cidadãos e cidadãs de forma igualitária. Segundo a Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), hoje, 842
milhões de pessoas ainda passam fome no mundo, ou seja, um em cada oito
seres humanos.
Fonte: Com informações da Unisinos e da Cáritas-RS
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