Emater-MG executa programa pioneiro para melhorar a renda dos quilombolas
Emater/Francisco Sá
Foram realizadas oficinas e palestras para elaboração dos projetos produtivos individuais
Cerca de 260 famílias remanescentes de quilombos da comunidade rural de
Poções, em Francisco Sá, Norte de Minas, estão participando de um
programa pioneiro executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG),
que é a Chamada Pública Quilombola 159/2011 em Assistência Técnica e
Extensão Rural (Ater), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e
do Programa Brasil Sem Miséria (BSM). O programa visa melhorar a renda e
a qualidade de vida dos quilombolas, destinando verba para investimento
na melhoria da produção rural. Estima-se que cerca de 1.300
afrodescendentes estão sendo beneficiados nesta iniciativa.
No Brasil, apenas cinco comunidades estão incluídas nesta Chamada
Pública do governo federal. Em Minas Gerais são duas. Poções é uma
delas. O trabalho iniciado em 2012 tem cronograma de atividades previsto
para terminar em junho de 2014. Além da capacitação por meio de cursos,
seminários e dias de campo, o programa prevê para cada família
participante, um fomento não reembolsável no valor de R$ 2.400,
parcelados em três vezes de R$ 1.000, R$ 700 e R$ 700, para investimento
na produção familiar, por meio da elaboração e execução de projetos
produtivos particulares, já iniciados, através do respaldo da Emater-MG.
Antes de chegar aos projetos produtivos foi preciso elaborar os
diagnósticos individuais das 260 famílias. A primeira parcela da verba
já foi paga a 209 delas. A previsão é que as outras 51 recebam a
primeira parcela ainda no mês de maio. “Cada parcela recebida, gera uma
visita técnica e a geração de um laudo, para que no final do projeto, em
2014, haja uma reunião avaliativa final com a comunidade, apresentando
perspectivas e resultados”, informa o extensionista da Emater-MG em
Francisco Sá e responsável pelo projeto em Poções, José Eustáquio
Barbosa.
Além dos 260 diagnósticos e 260 projetos familiares, o programa prevê a
realização de 52 oficinas (4 tipos de oficinas para 13 grupos de
beneficiários); 13 dias de campo, 1.040 visitas técnicas, sendo quatro
visitas para cada família e, 13 reuniões finais. As famílias que
receberam a primeira parcela do fomento já estão recebendo visitas dos
técnicos. Segundo Barbosa, paralelo aos diagnósticos individuais está
sendo elaborado o Projeto de Estruturação Produtiva e Social específico
para a comunidade, previsto para ser finalizado até o final do mês de
maio. Este projeto está em discussão nas oficinas. “A participação da
comunidade é de 100%”.
Ao mesmo tempo que gera renda para o produtor rural, o programa resgata
a cultura da comunidade afrodescendente. “Com esse objetivo está em
planejamento uma ação cultural no Dia da Consciência Negra, em novembro
deste ano”. Na opinião do extensionista, o programa deveria alcançar
outras comunidades rurais de Minas Gerais e do Brasil. “Poções, sem
dúvida, está tendo a oportunidade de vivenciar um trabalho intensivo e
inédito de resgate de ater no país. Através da metodologia implantada
nesta comunidade, o atendimento é amplo e a assimilação dos agricultores
é muito boa e proveitosa. Além disso, o incentivo em dinheiro para
investimento na produção é fundamental para este público”.
FONTE: Agência Minas
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