2ª despesca na Dutra Ladeira beneficia 30 instituições carentes
Pelo menos 30 instituições carentes, entre escolas, creches e asilos,
receberão nesta semana, uma tonelada de peixes que estão sendo criados no açude
do Presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves. Essa é a segunda despesca
realizada no presídio. A primeira aconteceu em outubro do ano passado, três
meses após o projeto piloto ser implantado. A previsão da Secretaria de Estado
de Defesa Social (SEDS) é que ele seja implantado em todas as unidades
prisionais de Minas Gerais.
Estiveram presentes os representantes da SEDS, do Conselho de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável (CONSEA-MG), da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e Ação Social de Ribeirão das Neves, Ministério da Pesca e
Aquicultura e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto, além
de beneficiar centenas de pessoas carentes, serve como ressocialização dos
sentenciados e a sua reinserção no mercado de trabalho.
Segundo o diretor de trabalho e produção da Sape, Guilherme Augusto
Alves Lima, as quatro primeiras despescas deverão ser intercaladas em um prazo
mínimo de dois meses para que haja tempo para a adequação das instituições em
receber o pescado. “É o prazo necessário também para que os peixes cheguem ao
peso ideal para serem doados. A partir daí, as doações serão realizadas todos
os meses, com uma previsão mensal de 1,2 tonelada de peixes enviadas às
instituições carentes do município”, explicou Guilherme.
O Banco de Alimentos, por sua vez, desenvolveu um curso de capacitação
para todas as instituições beneficiadas com o projeto. De acordo com Guilherme,
essa iniciativa teve como objetivo orientar sobre o manuseio (limpeza e preparo
dos peixes), além das informações sobre os benefícios proporcionados na
alimentação.
Peixes
A nutricionista Luana Rosa, assessora técnica do Comitê Temático de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (CTSANS) lembra
que o consumo regular do pescado só traz benefícios para a saúde. “Eles são
fontes importantes de ferro, vitamina B12, cálcio e gorduras essenciais, além
do ômega 3. É recomendado pelo
Ministério da Saúde, o consumo de pelo
menos duas porções de peixes por semana.
Abrangência
Atualmente, cerca de 12 mil presos trabalham em diversas atividades em
todo o Estado nas oficinas de marcenaria, fabricação de produtos eletrônicos,
piscicultura, hortas, caprinocultura, suinocultura, artesanatos, entre outros.
O objetivo, segundo o diretor de trabalho e produção da Sape, Guilherme Augusto
Alves Lima, é retirar o detento da ociosidade, incentivando atividades
profissionais que irão favorecê-lo, tanto no cumprimento da pena quanto na
reinserção social.
“Além disso, há uma preocupação com a questão social. Toda a produção de
alimentos é doada às entidades carentes da região onde estão localizadas as
penitenciárias. Nesse sentido, o Consea-MG tem papel fundamental para articular
e apontar as instituições e entidades que receberão os produtos”, comentou.
Piscicultura
Minas Gerais é o primeiro Estado do país a produzir peixes dentro de uma
unidade prisional. A iniciativa começou no ano passado, no Presídio Antônio
Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves. A previsão é de que outras penitenciárias
serão beneficiadas com o projeto, dentre elas Governador Valadares, duas em
Ribeirão das Neves e uma em Ponte Nova.
Os pescados são mantidos em criatórios, localizados dentro das áreas de
responsabilidade das unidades prisionais. Quando os peixes atingem o peso ideal
para pesca (entre 800 a 1,2 gramas), são doados às instituições indicadas pelo
Consea-MG.
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