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Pesquisa do Ipea mostra preocupações da população



O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na semana passada o resultado de uma pesquisa sobre os principais problemas do país. Pela ordem, os problemas apontados são violência (23%), saúde (22,3%), corrupção (13,7%), desemprego (12,4%), educação (8%), pobreza (6,1%) e desigualdades (5,8%).

Foram ouvidas 3,7 mil pessoas. Para o professor Gustavo Venturi, do departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), a lista de prioridades nacionais se recicla periodicamente. “Se nós voltarmos às eleições de 2002, por exemplo, o desemprego era o tema principal das campanhas presidenciais e disputava com a segurança. Hoje, há uma mudança em função do aquecimento da economia e da formalização do emprego que coloca o problema mais para trás na fila”, disse.

A percepção da população sobre os problemas varia de acordo com a idade, renda e região. No Sul, o problema mais apontado é a corrupção. No Norte e no Nordeste, a violência. No Sudeste e no Centro-Oeste é a saúde. 

Também há diferenças na opinião de ricos e pobres sobre quais são as questões mais urgentes. Nas famílias com renda per capita mensal até um quarto de um salário mínimo, 23,7% avaliam que o acesso à saúde é o problema mais grave, seguido pela violência (22,6%) e o desemprego (18,4%).

Entre as pessoas com renda superior a cinco salários mínimos, 27,8% apontam como mais grave a corrupção, 26% acham que é a saúde e 17,7% acreditam que é a violência. Apenas 1,7% dos mais ricos acham que a falta de emprego é um problema importante no Brasil. 

Venturi explicou que cada grupo tende a avaliar a situação a partir de sua própria realidade, e existe uma diferença de “agenda” entre as camadas da população. “A vida das pessoas mudou em termos objetivos nos últimos anos. Nós tivemos milhões de pessoas que ascenderam socialmente e essa mudança na condição de vida delas soa muito mais alto do que qualquer discussão mais subjetiva, como a da corrupção. As camadas de maior renda, precisando menos de um Estado forte e atuante, vão ser mais sensíveis a essa discussão”, avalia o sociólogo.

No grupo com renda mais alta, 16,8% acham que a educação é um problema importante, enquanto entre os mais pobres apenas 5,9% concordam com isso. A diferença é que o primeiro grupo tende a analisar a questão da educação pelo ponto de vista do acesso, enquanto o outro considera de forma mais crítica o fator da qualidade. 

“As camadas populares antes não tinham acesso à educação, por isso tem um grau de exigência menor. São pais que não tiveram acesso à escola e agora veem que o ensino superior está no horizonte dos seus filhos. Por outro lado, a conclusão dos estudos em diferentes níveis não é suficiente para garantir colocação no mercado diante de uma economia aquecida. A discussão da qualidade da educação sensibiliza mais as camadas mais altas”, aponta Venturi.

Fonte: com informações da Agência Brasil

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