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Salário reflete a situação de desigualdade no Estado


Investigar a relação entre o salário e a desigualdade em Minas Gerais foi o objetivo do professor da UFMG, Eduardo Rios Neto, que apresentou, nesta segunda-feira (24/10/11), o painel “Produção e Trabalho”, no Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade. Promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o evento vai até quarta (26) e busca caminhos que levem à erradicação da pobreza no Estado.

Baseando-se no relatório da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais de 2009, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro, o pesquisador verificou que o salário mediano no Estado é de aproximadamente R$ 500, valor que corresponde à renda de metade dos trabalhadores. Eduardo destacou, ainda, a condição de desigualdade salarial observadas nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “São os dois extremos da desigualdade: um de pobreza, outro de desenvolvimento”, pontuou.

O professor também destacou que, em Minas Gerais, 44% de trabalhadores têm carteira assinada, enquanto outros 23% trabalham por conta própria. Entre aqueles situados na faixa etária de 15 a 59 anos, 58% estão ocupados, o que corresponde a 7,7 milhões do total de 13 milhões. Segundo a pesquisa, a taxa de participação masculina é de 72% e a feminina, de 42%. “Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a mulher já é mais produtiva do que o homem, além de mais escolarizada também”, ressaltou. Em algumas regiões, como a Centro-Oeste, que inclui os municípios de Nova Serrana e Divinópolis, a taxa de ocupação foi maior. O Norte do Estado, que é afetado pela sazonalidade, possui a taxa mais baixa.
Assistência social

De acordo com Eduardo Neto, Minas Gerais possui 650 domicílios abaixo da linha da pobreza e 20% deles situam-se na região Norte do Estado. Na RMBH, são 186 mil domicílios nessa situação. Dos 5,7 milhões de domicílios da amostra da pesquisa, 880 mil receberam Bolsa Família em 2009, o equivalente a 15,3%. O professor mencionou ainda o fato de a região do Triângulo Mineiro não ser beneficiado à altura com o Bolsa Família, embora enfrente problemas com a pobreza.

Ele defendeu o programa e afirmou que, assim como a educação e a saúde, a assistência social precisa ser considerada política de desenvolvimento. “Seria populismo de minha parte afirmar que é possível tirar o Norte de Minas do subdesenvolvimento em um intervalo menor do que 25 anos. Este é um trabalho de longo prazo”, disse.

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