Pular para o conteúdo principal

Mulheres querem uma sociedade mais igualitária


Apresentar propostas que vão compor o Plano Estadual de Políticas para Mulher. Esse foi um dos principais objetivos da 3ª Conferência Estadual de Política para as Mulheres – uma questão de direitos humanos - que aconteceu de 17 a 19 de outubro, no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte.  A iniciativa foi do Governo do Estado com o apoio técnico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O encontro contou também com o apoio do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (CONSEA-MG) e teve a participação de mais de mil mulheres de 241 municípios de várias regiões do Estado, além das assessoras técnicas do Conselho, Joaquina Júlia Martins e Maria Izabel Oliveira (Bel). A ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as mulheres, Iriny Lopes participou da abertura do evento.  
“É um momento para análise e defesa das políticas públicas para o próximo período. Todos os temas do Plano Nacional estão em debate e vamos aguardar os resultados de Minas Gerais para a Conferência Nacional”, destacou a ministra.
Segundo Bel, o encontro foi muito rico pois houve uma capacidade ímpar de articulação das mulheres, envolvimento e interesse em discutir as propostas. “Mesmo enfrentando algumas dificuldades, como por exemplo, o deslocamento das regiões distantes do Estado. Essa foi, com certeza, a maior conferência  tanto em numero de participação quanto de qualidade, se comparada aos encontros anteriores.
Dentre os temas que receberam destaque na conferência estão a luta contra a violência e a busca pela erradicação da pobreza, além da necessidade de se trabalhar o aumento da representação política das mulheres, buscando sempre uma sociedade igualitária. 
Para a coordenadora Estadual de Políticas para as Mulheres, Eliana Piola, o encontro conseguiu alcançar o objetivo da conferência que foi discutir e elaborar políticas para construção da igualdade, a partir dos eixos do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. “Esse plano tem como perspectiva o fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres e a contribuição para a erradicação da pobreza extrema e para o exercício pleno da cidadania das mulheres, em Minas e no Brasil”, argumentou.
Ela ressaltou a grande mobilização feita em todo o Estado. “Os debates foram muito ricos e darão subsídios para a construção do Plano Nacional de Políticas Públicas para as mulheres. Todos os seguimentos foram muito bem representados. A discussão coletiva fica mais legitimada”, afirmou Eliana.
No final, foram eleitas 183 delegadas que deverão participar da Conferência Nacional de Políticas Públicas que será realizada em Brasília, nos dias 12 a 14 de dezembro. 

Propostas relativas à Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável




·         Ampliar a campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida; a devida fiscalização do uso de agrotóxicos, principalmente em relação à saúde das mulheres;
·         Incentivar a criação de hortas para que, a cada ano, a mulher do campo, receba uma bolsa incentivo (bolsa horticultura) para comprar telas, moirões, regador, sementes, ferramentas, etc;
·         Promover curso de capacitação técnico em agricultura para mulheres do campo, ressaltando o ambientalismo e o extrativismo, cursos profissionalizantes e de aperfeiçoamento de doces e artesanato;
·         Garantir a efetivação das políticas públicas de proteção e recuperação das nascentes de águas em áreas de proteção permanente, com disponibilização de assistência técnica e de recursos financeiros para segmentos sociais que promovam aços afins;
·         Capacitar, estimular e divulgar o crescimento da participação das mulheres na produção para o autoconsumo e comercialização dos alimentos saudáveis e de qualidade, considerando os princípios da segurança alimentar;
·         Divulgar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), capacitando as mulheres para acesso a seus incentivos e benefícios, especialmente nos municípios com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo de 0.7;
·         Criar condições e divulgar meios de segurança alimentar e desenvolvimento sustentável existentes na zona rural e, especialmente a economia solidária e sistemas de cooperativas;
·         Implantar uma política de abastecimento e tratamento de água na zona rural;
·         Incentivar a implantação de restaurantes populares e cozinhas comunitárias em todos os municípios;
·         Criar e ampliar programas voltados à inclusão das mulheres na agricultura familiar;
·         Valorizar o trabalho da mulher através de ampla divulgação das feiras de agricultura familiar e escoamento da produção agrícola das mulheres.


Eixos Temáticos trabalhados


1 - Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho, com inclusão social;
2- Educação inclusiva, não-sexista, não-racista, não-homofóbica e não-lesbofóbica;
3 - Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos.
4- Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres; -
5 - Participação das mulheres nos espaços de poder e decisão;
6 - Desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça ambiental, soberania e segurança alimentar;
7- Direito à terra, moradia digna e infraestrutura social nos meios rural e urbano, considerando as comunidades tradicionais.
8- Cultura, comunicação e mídia igualitárias, democráticas e não discriminatórias.
9 - Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia.
10 - Enfrentamento das desigualdades geracionais que atingem as mulheres, com especial atenção às jovens e idosas.


                                                       Gênero e SANS


“O movimento de mulheres tem refletido muito sobre questões de gênero e suas interrelações. Para tanto, busca-se através do conceito de gênero explicar muito dos comportamentos de mulheres e homens na sociedade. Isto faz compreender grande parte dos problemas e dificuldades que as mulheres enfrentam no cotidiano como na família, no trabalho, na política, na vida sexual e reprodutiva.
Nesse contexto, gênero implica relação, ou seja, o feminino e o masculino são considerados opostos e também complementares, porém, com valores diferentes. Às vezes o masculino visto com mais valor. Assim, as relações de gênero produzem uma distribuição desigual de autoridade, poder e prestígio entre as pessoas a partir das diferenças sexuais.
Ao definir o espaço da mulher como “espaço privado”, interrelaciona-o com segurança alimentar e nutricional comuns por ser a mulher responsável por preparar os alimentos e administrar o orçamento familiar...”



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INSTITUCIONAL

O que é segurança alimentar e nutricional sustentável? A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas, alimentares promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e que seja ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentável. Criação Criado em 1999 pelo Decreto n° 40.324 do Governador do Estado, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais - CONSEA-MG é um órgão colegiado de interação do Governo do Estado com a Sociedade Civil, vinculado ao Gabinete do Governador. Seu objetivo é deliberar, propor e monitorar ações e políticas de segurança alimentar e nutricional sustentável no âmbito do Estado de Minas Gerais. Breve Histórico No ano de 2001 elaborou-se o Plano Estadual Dignidade e Vida e se deu a realização da 1ª Conferência Estadual de Seguranç

PROCESSO DE SELEÇÃO BIÊNIO 2023-2024 CONSEA-MG

A Comissão de Seleção do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas  Gerais - Consea-MG, responsável pelo processo de escolha das Entidades, Organizações Civis e Coletivos  da sociedade civil, na forma da Lei 22.806/2017, do Decreto nº 47.502/2018 e da Resolução nº  001/2022, torna público o presente Edital que trata do processo de seleção e renovação da composição  do Consea-MG para o biênio 2023-2024.  Ficam abertas as inscrições de Entidades, Organizações Civis ou Coletivos da sociedade civil para  seleção de representação para o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas  Gerais (Consea MG), para ocupar 26 (vinte e seis) vagas de membros titulares e 26 (vinte e seis) vagas  de membros suplentes para o Biênio 2023-2024, sendo:  17 (dezessete) vagas de membros titulares e 17 (dezessete) vagas de suplentes destinadas às  entidades, organizações civis e coletivos de abrangência regional, circunscritas à territorialidade,  conforme art.17

Relatório da 8ª CESANS

Conheça o relatório final da  8ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, realizada nos dias 25 a 27 de outubro de 2023. É com imensa satisfação que compartilhamos o Relatório da 8ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, realizada nos dias 25 a 27 de outubro de 2023. Este relatório é resultado da resistência, maturidade e compreensão do atual momento político que o país atravessa, marcado pelo desafio da reconstrução das políticas públicas, com o firme compromisso de apoiar aqueles que mais necessitam. Leia AQUI o relatório final da 8ª CESANS. A 8ª conferência reuniu mais de 200 delegadas e delegados de todo o estado. As propostas apresentadas lançam luz sobre as realidades municipais e desempenharão um papel fundamental na elaboração do VI Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (2024/2027). Além disso, essas contribuições enriqueceram os debates da 6ª